18. Morrer

18. Morrer

Davi, acompanhando as aventuras paternas, procurava adaptar-se a um novo país e aprender o terceiro idioma que lhe era apresentado em seus poucos anos de vida. Ia dando conta da tarefa, sem, contudo, poder desenvolver muita intimidade com os falares que as seguidas mudanças lhe ofereciam.


Com a mamãe e o maninho, passava as férias no Brasil, na casa da vovó. Naquele dia, como em tantos outros, a comida não o atraíra e decidira não almoçar. A avó, preocupada, alerta: Coma, Davi, à tarde você vai brincar bastante e aí vai morrer de fome.

Pálido, olhos arregalados (afinal, a avó não lhe mentia nunca!), Davi, num gesto instintivo de proteção, escorregou para debaixo da mesa chorando e gritando: Morrer não! Eu não quero morrer! Eu não vou morrer, não quero morrer!. Foram necessários vários minutos e uma aula sobre expressões coloquiais para convencê-lo de que tudo estava bem e ele não estava correndo risco algum.

Coisas da língua…

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