Enquanto enfrentavam o costumeiro congestionamento, a avó e os netos cantavam em alto som os versos da música da barata. As gargalhadas interrompiam as vozes quando as escolhas não coincidiam e, enquanto um cantava o pé dela é que é peludo, o outro gritava o sapato é da mãe dela.
A Mãe, apaixonada por seus pequenos, passava o tempo possível em jogos e brincadeiras na companhia deles. Brincavam de esconder; tá quente, tá frio; que música é essa?; pega-pega; e terminavam sempre num longo abraço coletivo.
Tagarela, o menininho se sentia à vontade em qualquer lugar e, embora com apenas dois anos, participava, a seu modo, dos encontros a que o pai o levava – em passeios e, até mesmo, em compromissos profissionais.
Cláudio muito cedo começara a falar e a expressar suas conclusões e opiniões. Com dois anos, frequentava a escola maternal e ali construía suas primeiras amizades. Certa tarde, enquanto brincava, contou para a mãe: Hoje a professora brigou comigo.
Filho de pai suíço/argentino e mãe brasileira, o menino mostrou-se, desde pequeno, tranquilo e observador. Seu mundo se enriquecia alimentado pelas diferentes culturas. Nelas encontrava material e inspiração para experiências que lhe acrescentavam novos conhecimentos. Assim, destacava-se pela habilidade nos jogos e pelo espírito curioso.
Diogo se preparava (ou era preparado) pela mamãe e pela vovó para fazer uma demorada viagem em família – papais, avós e o pequeno. Todos antecipavam pagamentos, organizavam agendas, delegavam à Bisa a solução de possíveis imprevistos. Aliás, a Bisa e o Diogo mantinham uma relação de profunda cumplicidade,
Davi, acompanhando as aventuras paternas, procurava adaptar-se a um novo país e aprender o terceiro idioma que lhe era apresentado em seus poucos anos de vida. Ia dando conta da tarefa, sem, contudo, poder desenvolver muita intimidade com os falares que as seguidas mudanças lhe ofereciam.
Rodrigo, com três aninhos, era um grude com a vovó. Quando se passavam alguns dias sem vê-la, corria para ela e sempre repetia: Quanta saudade, Vovó!. Para alegria dessa vovó xereta, às vezes acrescentava: A saudade era tão grande que eu até chorei. A vovó, claro, enchia-se de orgulho e alegria.
A paixão da tia Iraci era o Bernardo. Agora com seis anos, Bernardo afirmava a todos que era pré-adolescente. Como também tinha a tia como um alguém muito especial, com ela conversava sobre todas as coisas que lhe interessavam. Gostava de acompanhá-la nas compras e nos projetos. A tia Iraci contou ao Bernardo que pretendia.
“Grandma… grandma!” “Vovó! Uma barata!” “Calma… a vovó vai matar…” Corre-corre, chinelo no chão, chinelo na parede “ela se escondeu embaixo do sofá”, “correu para o canto”. “Não vai dar. Vou buscar o veneno.”
Filipe cresceu admirando o avô. Era com o avô que vivia suas aventuras de criança. O avô o levava à escola ou ia buscá-lo. Juntos faziam compras e passeios. Enquanto caminhavam, o avô, com a paciência que o tempo constrói, ia-lhe apresentando as pequenas belezas do trajeto; despertava-lhe a curiosidade para o mundo que o.
…, já com oito anos, era o protetor da mãe. Não só a protegia como se enciumava com atenções alheias. Sempre que era preciso fazer compras, lá iam, ele e o irmão, cheios de planos e alegria, por estarem ajudando a mamãe. Naquele dia, voltou irritado para casa. O pai, atento, percebeu que alguma coisa.
Movida pela curiosidade, Helena está sempre criando novas brincadeiras. São as pedras, as folhas, as bonecas – com as quais ela repete os cuidados que a mãe lhe dedica: alimenta-as com comidinhas imaginárias, troca suas fraldas, não sem antes aplicar-lhes uma camada de pomada protetora. As poças de água, as vassouras e os rodos também.
Quando Thais nasceu, uma fada benfazeja prognosticou: Essa criança vai surpreender, será o socorro de muitos, a alegria dos pais, o sorriso da mamãe, e sua inteligência atrairá a atenção de todos. Os cuidados que acompanharam seus primeiros anos talvez não a levassem a concordar com tão bons augúrios: sua alimentação era controlada (só podia comer alimentos.
Os gêmeos entraram no mundo por meio de uma cesariana, com pequeno intervalo entre um e outro. Em pouco tempo se deram conta de que o fato de serem imensamente parecidos fazia deles alvo de atenção constante, coisa que, às vezes, os irritava, em outras, inspirava jogos e brincadeiras. Os amigos dos pais mostravam alegria.
As pessoas da casa alternavam momentos de risos com olhares de preocupação, de entusiasmo com ansiedade. Os dias de espera haviam-se acabado; chegara a hora de expor os conhecimentos e colher os resultados. Era o dia do concurso.
Gabrielle foi primeira filha, primeira neta, primeira sobrinha. Primeira paixão de toda uma família. Na Páscoa que se seguiu a seu primeiro aniversário, foi-lhe dada uma imensa cesta abarrotada de confeitos, doces, amendoins de todas as cores e um imenso ovo de chocolate.
Davi fizera dois anos e estava agora com o papai no corredor do hospital à espera do chamado para conhecer o irmãozinho que acabara de nascer. Toda a família e também os amigos próximos haviam comunicado a ele, dezenas de vezes, a chegada de um bebê que iria crescer e se tornar seu companheiro de.
Brincar com água, sapatear nas poças: essas eram as brincadeiras que mais agradavam a Rebeca. Talvez fosse essa a razão para que Pepa fosse sua personagem favorita. No verão, o sol se encarregava de rapidamente enxugar os joelhos molhados e as roupas respingadas. Mas aquele era um dia de inverno, a chuva caindo há horas..
Julia, quando pequena, demonstrava grande interesse pelas palavras: pesava-as, pensava-as, aproximava sentidos e sonoridades. A descoberta de um significado despertava sempre um novo entusiasmo. Passava ela, com os irmãozinhos, um fim de semana na casa da avó. Servido o lanche, a avó a chamou: Julia, vem cá, minha filha! Mas eu não sou tua filha!….
Os cabelos encaracolados, a avó herdara dos dois ramos da família: o pai, enquanto vivera, ostentara a cabeleira frisada em ondas miúdas; a mãe balançava incontáveis cachos macios que jamais perdiam a forma. Assim, também ela fora contemplada com uma profusão de ondas e caracóis que, mesmo sob a maior tormenta, mantinham-se no lugar. Diferentes.
Aos dois anos, Cláudia aprendia a reconhecer as cores. Descobria os tons próximos e os contrastantes e passava horas em combinações. Os brinquedos eram agrupados de acordo com as cores e suas nuances. Certo dia, reunidos ao redor da mesa para o almoço, Cláudia deteve demoradamente o olhar em cada um dos familiares. De repente,.
Os quatro anos incompletos não eram ainda suficientes para que soubesse apreciar os parques e as praças, a multidão e o colorido das ruas. Tudo lhe pareceu extremamente cansativo e, para desespero dos pais, quando amuado, acompanhava os gritos de insatisfação de Nicholas. Seu desgosto maior foi a permanência em hotéis, longe de seus brinquedos.