Quando Thais nasceu, uma fada benfazeja prognosticou: Essa criança vai surpreender, será o socorro de muitos, a alegria dos pais, o sorriso da mamãe, e sua inteligência atrairá a atenção de todos.

Os cuidados que acompanharam seus primeiros anos talvez não a levassem a concordar com tão bons augúrios: sua alimentação era controlada (só podia comer alimentos preparados em sua própria casa); não conhecia açúcar, sob nenhuma forma (seus doces, sucos, lanches variados eram todos preparados com mel); balas, refrigerantes, chocolates pertenciam a um mundo em que nunca adentrava.

O tempo foi passando, e a rotina mantida com a devida precaução. Thais já frequentava a escola maternal, fazia amigos, alargava seu universo. A turminha dos que se preparavam para a pré-escola foi levada pelos professores para conhecer um pouco do mundo lá fora – no passeio, estava incluída uma visita à Cidade do Mel. Ali descobriram os segredos da extração do néctar e sua transformação em mel; o cultivo planejado pelos apicultores; os cuidados necessários para manter a produção; os benefícios do uso do mel.

Chegando a casa, Thais foi correndo procurar a mãe: Mamãe, você sabia que o mel é o vômito das abelhinhas? Nunca mais vou comer mel.