17. Meia saudade
Rodrigo, com três aninhos, era um grude com a vovó. Quando se passavam alguns dias sem vê-la, corria para ela e sempre repetia: Quanta saudade, Vovó!.
Para alegria dessa vovó xereta, às vezes acrescentava: A saudade era tão grande que eu até chorei. A vovó, claro, enchia-se de orgulho e alegria.
Naquele dia, Rodrigo correu ao encontro da avó, deu-lhe um longo abraço e sorriu. Ela, abraçando-o, perguntou: E a saudade, Rodrigo? Desta vez, só a metade, Vovó. Surpresa com a novidade, a avó insistiu: Como é, Rodrigo,
nossa saudade?.
Rodrigo fechou os olhos, meditou e, com a maior honestidade, confirmou: É, vovó Gácia, desta vez só a metade…
Criança não mente!