15. O Museu
“Grandma… grandma!”
“Vovó! Uma barata!”
“Calma… a vovó vai matar…”
Corre-corre, chinelo no chão, chinelo na parede “ela se escondeu embaixo
do sofá”, “correu para o canto”.
“Não vai dar. Vou buscar o veneno.”
Espalhei o veneno por todo o quarto, e, juntos, esperamos “lá fora”.
Depois de algum tempo voltamos, e lá estava ela na parede. Foi fácil,
então, derrubá-la.
“Be careful, grandma. I want to do a museum.”
“Make a box for me, like this … like this”, os dedinhos ágeis mostrando
como deveria ser a caixa.
Lá fomos nós à cata de material para construir a caixa para a exposição do
inseto.
“I need a glass to cover it. I want to get the cockroach stuck with a pin
inside the box.”
Prendemos a barata na parede interna da caixa e cobrimos com um papel
celofane. “Cool. Fine. A museum.” Só sorrisos.
Quando fui ao quarto dar o beijo de boa noite em meus anjos, vi pendurada
no prego, logo acima da cabeceira da cama de meu museólogo, a caixa com
a barata espetada.
Sorrindo, pensei: “Amanhã, quando a mamãe chegar, a barata vai causar…”
Mamãe chegou… a manhã passou com novas atividades. De repente, um
grito: “Que que é aquilo? Uma barata? Coisa mais nojenta! Isso pode trazer
doenças. Vocês puseram a mão nesse bicho? Vai já para o lixo!”
E assim terminou nossa primeira tentativa de criar um museu de insetos.