Davi fizera dois anos e estava agora com o papai no corredor do hospital à espera do chamado para conhecer o irmãozinho que acabara de nascer.

Toda a família e também os amigos próximos haviam comunicado a ele, dezenas de vezes, a chegada de um bebê que iria crescer e se tornar seu companheiro de brincadeiras. Ele nada dizia e fingia não haver escutado o que lhe diziam.

Dado o sinal, papai pegou Davi pela mão para conduzi-lo até o quarto em que estavam a mamãe e o irmãozinho. No trajeto, atravessaram a sala destinada aos familiares que se dirigiam à ala do hospital reservada para a maternidade. Ali, um sorridente enfermeiro tentou presentear Davi com um distintivo de Big Brother. Sem sequer olhar para o lado, Davi respondeu apenas: Não quero. Entrou no quarto e encarapitou-se na cama para ficar com a mamãe.

O irmão? Parece que não viu. Aliás, só começou a percebê-lo um ano mais tarde.