Detalhes interessantes

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Voltados para o bem-redigir, podemos prestar atenção às observações da jornalista Ludmila Souza. Sua indignação resulta da inadequação no emprego das palavras.

11 de janeiro de 2018 Florianópolis

Na minha lista de desejos jornalísticos para 2018, continuam em alta os seguintes itens – mas não só esses:
– o uso correto do verbo acessar (é verbo exclusivo da informática). Acesso é estrada, mas não é acessada. Para acessar qualquer coisa precisa-se de computador e modem (ou wi-fi).
– o uso correto do verbo iniciar. Pura regência (verbo transitivo direto).


– o uso correto do verbo seguir. Ele é de movimento. Não serve para designar ações que não andam.
– o uso correto do advérbio ainda. Ele modifica essencialmente TEMPO.
– a extinção imediata no ambiente jornalístico de palavras como esposa, falecer, nosocômio, bem como expressões como “tendo em vista” e congêneres (aliás, congêneres também podia se extinta em jornalismo).
– a ação/reação ser atribuída a objetos inanimados nos moldes de “Moto atravessa sinal”, “Ponte recebe trocentos mil carros”.
– a extinção do pedido de desculpas de apresentadores/âncoras e comentaristas por TER QUE DAR NOTÍCIA RUIM. Não é culpa do jornalista que a saúde tá um caos ou que a segurança pública anda um deus-nos-acuda.
E, finalmente,
– CHU-VAS. Uma chuva, duas chuvas? Quantas chuvas são necessárias para uma tragédia? Podia ser que nem goleada: se o placar for mais de três chuvas, então é enchente. De cinco para cima, é inundação. Dez chuvas até 20 é tragédia. Mais de 20 é dilúvio.
Algumas pessoas têm como causa a política. Outras têm o direito dos animais. Há ainda quem queira defender crianças abandonadas, os sem-teto, a preservação da natureza, os direitos humanos, a reprodução assistida.
A minha causa é a gramática e a língua bem falada.

Voltaremos muitas vezes a observar diferentes construções para você se habituar a fazer escolhas.

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