Concordância com o verbo SER

Concordância com o verbo SER

Quando se emprega o verbo ser (verbo de ligação), a concordância tem suas especificidades.

Vejamos:

Concorda com o predicativo nos casos a seguir relacionados:

a – Quando o sujeito é representado pelos pronomes tudo, tudo isto, isto, isso, aquilo, o (com significado de aquilo):
Tudo eram dúvidas.
Isso eram já os sinais da tempestade que chegava.
Hoje o que não falta são desentendimentos.
(Isto porque temos tendência a destacar as palavras dotadas
de maior significado.)

b – Quando o sujeito representa alguma coisa no singular e o predicativo é um substantivo plural:
O almoço são restos do pão, sobra da manhã.
A causa do rompimento são os projetos pessoais de Maria.
Sua salvação foram os amigos sempre presentes.

Observação: Se o sujeito for nome de pessoa, a concordância
se faz com o sujeito:
Júlia é os meus encantos.
Minha mãe era só afagos com os netos.

c – Nas orações iniciadas pelos pronomes interrogativos quem e que (mesmo nas interrogativas indiretas):
Que são duas horas para quem já esperou tanto?
Quem seriam aqueles visitantes?
Perguntou quem eram meus pais.

d – Quando o sujeito aparece como uma expressão de sentido coletivo ou partitivo – o resto, o mais, a maioria, a maior parte, quase a metade… – e o predicativo um substantivo
plural:
A maioria eram crianças acompanhadas de seus pais.
O resto são peças inaproveitáveis.
Quase a metade são indigentes.

e – Quando o predicativo é um pronome pessoal ou substantivo e o sujeito não é pronome pessoal reto:
Minha família és tu.
Quem disseminou a discórdia foram eles.
O rei sou eu.

Observação 1: Sendo o sujeito um pronome pessoal reto (eu, tu, ele, nós, vós, eles), a concordância se faz com este pronome:
Tu não és ele.
Vós não sois o culpado.
Eu não sou o teu irmão.

Observação 2: Quando encontramos a expressão é que (simples expressão de realce), a concordância é feita com o substantivo ou o pronome que a precede, que são, na realidade, os sujeitos dessas orações:
Festas é que não faltam.
João é que trabalhou, mas não teve uma justa retribuição.

Observação 3: Quando o predicativo é o pronome o (o pronome o representa a coisa à qual eu me refiro) ou a palavra coisa, a concordância se faz com essas palavras, ou seja, o verbo fica no singular:
Providências urgentes é o que me toca.
Mentiras é o que estão me pedindo.
Vantagens é coisa que não me interessa.
Discussões é coisa fora de propósito.

f – Quando o predicativo representado pelas expressões é muito, é pouco, é suficiente, é demais, é mais que (ou do que), é menos que (ou do que) e outras equivalentes tem como sujeito palavras indicativas de tempo, preço, medida, quantidade:
Para ele, mil réis era muito.
Cinco metros de tecido é suficiente.
Dois mil reais é pouco para o que ele pretende.

g – Na indicação de horas, datas e distâncias (já que, nessa situação, o verbo ser é impessoal – não tem sujeito – e, consequentemente, concorda com a expressão designativa de hora, data ou distância):
Eram duas horas da tarde.
Hoje são dezoito de outubro.
Daqui até a tua casa são três quadras apenas.
Eram dez de outubro quando ele chegou.

Observação: Caso se encontrem formulações como “Hoje é seis de março”, pressupõe-se “Hoje é dia seis de março” e a concordância está sendo feita com a palavra dia.

 

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